Hora da virada: o mercado imobiliário e o desafio verde
Sophia Spadão
Conteúdo criado por humano
08 nov, 23 | Leitura: 7min
Atualizado em: 29/08/2024
Sophia Spadão
Conteúdo criado por humano
08 nov, 23 | Leitura: 7min
Atualizado em: 29/08/2024
Este artigo explora a urgência e as estratégias de sustentabilidade no mercado imobiliário, que enfrenta o desafio de reduzir sua expressiva pegada de carbono em meio a uma inevitável expansão.
As fachadas silenciosas dos prédios urbanos ocultam uma verdade perturbadora: o setor imobiliário é responsável por uma parcela significativa das emissões globais de carbono. Com o progresso da consciência climática, essa indústria está à beira de uma revolução verde. Este movimento não é apenas uma resposta a regulamentos e expectativas socioambientais; é também uma oportunidade de liderar a inovação e de reinventar o espaço construído para as gerações futuras.
Por trás de cada edifício há um ciclo de consumo energético incessante, desde o funcionamento dos elevadores até o zumbido dos sistemas de climatização. E a pegada de carbono é estonteante: segundo dados da Architecture 2030, aproximadamente 42% das emissões de energia relacionadas são emitidas pelo setor imobiliário. As implicações deste fato são enormes, principalmente ao considerar que cerca de 70% dessas emissões provêm da operação dos próprios edifícios.
Ao olharmos mais de perto a construção civil, identificamos os vilões usuais: cimento e aço. Ambos têm impactos ambientais massivos devido às suas exigências de energia durante a fabricação. Reduzir o uso desses materiais não é apenas uma escolha ecologicamente consciente, mas também um imperativo econômico e social.
Iniciativas inovadoras, como a parceria entre a Áurea Finvest e o MIT, são cruciais. O objetivo é claro: investir em startups com soluções tecnológicas que possam reduzir o impacto ambiental da construção civil. Este esforço coletivo pode não apenas impulsionar uma mudança positiva, mas também trazer um retorno financeiro tangível para os investidores que estão dispostos a embarcar na onda da sustentabilidade.
Para ilustrar as possíveis soluções, eis algumas alternativas mais sustentáveis que estão pavimentando o caminho para um futuro mais verde na construção civil:
A estratégia é simples na teoria, mas complexa na execução: construir mais com menos. Menos concreto, menos cimento, e mais eficiência. A discussão sobre materiais alternativos, como a madeira engenheirada, traz para a mesa o potencial do Brasil de liderar nesta frente, dada a sua experiência com florestas industriais.
O caminho para um mercado imobiliário sustentável está pavimentado com desafios. A necessidade de modernizar os ativos antigos, por exemplo, não é apenas uma questão de regulamentação, mas também um diferencial competitivo. As empresas que não se adaptarem correm o risco de ver seus edifícios tornarem-se obsoletos, impactando sua rentabilidade e atratividade no mercado.
À medida que nos aproximamos da COP 28 em Dubai, o foco na construção sustentável se tornará ainda mais intenso. Dubai, uma cidade construída no meio do deserto, tem um interesse particular na transformação do mercado imobiliário em um aliado do clima. Este é um prenúncio do que está por vir globalmente.
A mudança para práticas sustentáveis não é apenas uma resposta às pressões climáticas; é também uma decisão econômica sólida. Prédios mais eficientes são menos custosos para operar e mais atraentes para inquilinos e investidores. Além disso, há um interesse crescente no mercado por ativos “verdes”, que se mostra como uma tendência irreversível.
O mercado imobiliário está em uma posição única para liderar a virada verde e demonstrar o que pode ser alcançado com inovação e compromisso coletivo. A trajetória rumo à sustentabilidade é complexa e exigirá esforços concertados em várias frentes. Mas a recompensa – um planeta mais saudável e uma economia mais robusta – é inestimável.
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