O que saber sobre a bolha imobiliária?
Kenlo
Conteúdo criado por humano
15 ago, 17 | Leitura: 8min
Atualizado em: 24/08/2017
Kenlo
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15 ago, 17 | Leitura: 8min
Atualizado em: 24/08/2017
Indicado a várias categorias do Oscar em 2016, o filme A Grande Aposta chamou a atenção do público e da crítica por conseguir explicar de forma leve e didática algo extremamente complexo: a bolha imobiliária que explodiu nos Estados Unidos em 2007 e como que um grupo de investidores conseguiu lucrar com isso.
Um tema que ainda rende muitas discussões, principalmente por aqueles que acreditam que estamos passando pelo mesmo problema hoje no Brasil.
Mas será que o nosso país está de fato caminhando para esse tipo de problema? Como detectar a presença de uma bolha imobiliária no mercado? É o que veremos neste post. Confira!
Antes de mais nada, devemos entender o que seria de fato uma bolha imobiliária.
Assim como qualquer outro tipo de bolha, a dos imóveis acontece quando algum movimento faz com que os preços de algum tipo de mercado aumentem de forma acelerada e sem refletir o valor real dos produtos ou serviços. Aí, quando os preços caem mediante a valorização artificial, vem o momento do estouro da bolha, que normalmente acaba desencadeando alguma forte crise.
Só para se ter uma ideia, foi exatamente isso o que aconteceu no final dos anos 90 e início dos anos 2000 com várias empresas “ponto com” que tiveram uma supervalorização impressionante mesmo sem entregar resultados. Fato que acabou fazendo com que várias delas quebrassem na virada do século.
Normalmente leva-se algum tempo para detectarmos se estamos no começo ou no meio de uma determinada bolha, afinal é preciso entender se a valorização de um mercado está ocorrendo de maneira orgânica ou artificial — e isso não é entendido da noite pro dia.
No entanto, existem algumas características básicas que podem ser observadas em toda bolha imobiliária. Conheça as principais:
O excesso do crédito imobiliário pode ser um excelente indicador de uma bolha neste setor. Inclusive, no caso da bolha de 2007/2008 nos Estados Unidos, foi exatamente isso que aconteceu: todo mundo tinha crédito para comprar sua casa própria mesmo sem apresentar alguma segurança financeira e, quando as pessoas começaram a não conseguir pagar as dívidas, ocorreu a explosão da bolha.
O excesso da especulação imobiliária também pode ser um bom indicativo de uma bolha do mercado, afinal, se muita gente acredita, ao mesmo tempo, que mais tarde poderá vender ou alugar um determinado imóvel para obter lucro é porque algo de errado está acontecendo, e essa especulação pode ser artificial.
Se os preços dos imóveis não param de subir, mas a quantidade de empregos e a renda média da população não acompanham o crescimento, isso também pode ser usado como um bom indicativo para detectar uma bolha imobiliária.
Agora que já sabemos como identificar uma bolha imobiliária e quais são as suas características, nada melhor do que entender alguns desses casos que já aconteceram pelo mundo.
Começando por aquela que talvez esteja mais fresca na memória: a bolha imobiliária dos Estados Unidos.
Por lá, o financiamento imobiliário acontece por meio de hipotecas, para as quais a garantia da dívida é o próprio imóvel. Ou seja: o credor tem o direito de vender a casa ou apartamento em busca do pagamento de uma determinada conta.
Só que durante alguns anos qualquer pessoa podia hipotecar a sua casa. Mesmo que não tivesse salário suficiente para isso. Algo que fez com que mais casas fossem vendidas para quem não tivesse como pagar por aquele imóvel.
Para piorar, em um determinado momento da crise imobiliária, era impossível até mesmo comprar as casas colocadas à venda por preços mais baixos pelos credores, já que boa parte da população estava em dívida com a hipoteca.
A Espanha foi outro país que, assim como vários outros, acabou sofrendo com a crise gerada pela bolha imobiliária norte-americana.
De acordo com alguns dados, cerca de 1,4 milhão de imóveis permaneceram vazios durante meses por falta de compradores no país, afinal, depois da explosão da bolha, estima-se que apenas 25% dos espanhóis conseguiram pagar sua hipoteca em dia.
Dito tudo isso, vem a pergunta: será que hoje o Brasil está enfrentando algum tipo de bolha imobiliária? De acordo com uma pesquisa apresentada pela EXAME, ao que tudo indica, não.
Segundo o levantamento feito pela consultoria Bain&Company, ainda que o crédito imobiliário tenha aumentado significativamente nos últimos anos, ele ainda representa apenas 6% do PIB do país.
Só para se ter uma ideia, durante a crise de 2008 nos EUA, essa porcentagem por lá passou dos 90% e, por isso, o impacto da bolha na economia foi tão arrasadora.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que, apesar do aumento no preço dos imóveis, por aqui o valor médio desse tipo de produto acompanha a variação da inflação na maioria das cidades (incluindo alguns casos como em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte).
Por fim, vale ter em mente que no Brasil ainda existe uma grande demanda por habitação. Como fazemos parte de um país em desenvolvimento, a busca pela casa própria ainda é um dos maiores sonhos da população que sonha em largar de vez o aluguel. Logo, o investimento nesse tipo de bem ainda é bastante consistente e natural.
Ainda que o medo de passarmos por uma bolha imobiliária por aqui tenha fundamento, é sempre bom entender como esse tipo de problema acontece para que não sejamos pegos de surpresa.
No entanto, o lado bom da história é que, pelo visto, ainda estamos um pouco longe de presenciar por aqui cenas como aquelas do filme A grande aposta — que, para muita gente, não foi apenas ficção.
E você, gostou do post? Então, aproveite para deixar seu comentário e nos conte se você acha que estamos enfrentando uma bolha imobiliária ou não!
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