Happy hour e festa da firma virtuais contam com delivery cortesia de comes e bebes
Kenlo
Conteúdo criado por humano
03 ago, 20 | Leitura: 8min
Atualizado em: 07/10/2020
Empresas enviam kits, fazem videoconferência com show sertanejo e promovem bingo digital para descontrair rotina de home office.
O happy hour com a galera da firma está diferente. Com a pandemia e a recomendação de distanciamento social, a esticadinha pós-expediente já não é mais em meio a abarrotadas mesas em bares e restaurantes, mas em frente ao próprio computador e, em muitos casos, também à televisão.
Entregas de kits com comidas e bebidas, brindes e até acessórios, além de bingos e lives com shows são algumas das ações promovidas por empresas durante a quarentena.
Essas iniciativas buscam manter as equipes em contato e tentam reproduzir os encontros entre colegas e gestores, que ainda não podem ser realizados pessoalmente.
Na inGaia, empresa de tecnologia para o setor imobiliário, as equipes tinham, antes da pandemia, orçamentos para ações de integração e de reconhecimento de conquistas, como a realização de cafés da manhã e almoço. A empresa também também promovia uma celebração mensal para os aniversariantes.
Agora, as comemorações e encontros foram transferidos para o meio virtual e esse orçamento vem sendo usado de duas formas, que são o envio de cestas ou de vales para a compra de bebidas e petiscos em aplicativos de entregas.
Festas sazonais como a juninas e julinas, também entraram no calendário do home office. O happy hour caipira deste ano teve bingos, brincadeiras e até a “invasão” de salas de videoconferência de diferentes equipes, além da exibição de talentos da casa, como o funcionário hábil ao violão e no domínio de um repertório de músicas sertanejas.
Ariana Meireles, diretora de cultura e talentos da inGaia, diz que as pesquisas internas demonstram que as ações a distância também têm efeito sobre o ânimo da equipe.
“A gente entende que são ações valorizadas pelos colaboradores e que demonstram que, mesmo longe, nós pensamos neles. É importante manter todo mundo engajado.”
Na Zup, a festa junina deste ano teve até show com o sertanejo Bruno, que forma dupla com Marrone. A celebração, claro, foi na sala de casa, e a cantoria, transmitida por um link liberado aos 1.400 funcionários, que receberam também cestas com quitutes juninos.
Flávio Zago, cofundador da Zup, diz que a empresa vem tentando reproduzir, no home office, a intensidade das celebrações que realiza nos cinco escritórios pelo país.
O happy hour, que acontecia nos escritórios regionais todo fim de mês precisou então ser adaptado, dando lugar aos vouchers para compras de bebidas e petiscos.
No Dia dos Namorados, funcionários e familiares foram convidados a cozinhar enquanto o chef Henrique Fogaça ensinava, também em uma live, uma receita.
“As pessoas estão em casa com sua famílias. Então começamos também a pensar em ações que pudessem agradar a todos, incluir o resto da casa da comemoração”, diz Flávio.
Para ele, a manutenção do happy hour de maneira virtual vem sendo importante para manter a conexões entre as equipes.
As necessidades criadas pela pandemia foram também a chance de o empresário Luiz Fernando Magalhães não sucumbir à crise. Sócio em duas casas de eventos na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, ele viu a programação de festas deste ano ser desfeita em meio às recomendações de distanciamento social e a falta de perspectiva da liberação das aglomerações.
A solução, então, foi a criação dos kits para festas em casa. No início da quarentena, os pedidos atenderam principalmente as comemorações de aniversários dos confinados.
Progressivamente, as demandas de empresas avançaram e tomaram conta. “Hoje, 99% são pedidos corporativos”, diz Magalhães. Agora, ele começa a administrar também os primeiros pedidos que substituirão as festas de fim de ano.
A cesta de maior saída é a para a produção de uma gim-tônica. O kit inclui uma mini-garrafa de gim, água tônica, taça, mexedor, limão siciliano e especiarias.
Quem recebe a cesta tem também acesso à uma transmissão via internet em que um bartender ensina a preparar o drink.
“O grande segredo do nosso produto é que você pode customizar de acordo com o seu público. Temos desde um kit de R$ 500, com um vinho do tipo bordeaux de qualidade superior, até um mais baratinho, com três tipos de cerveja para degustação”, diz o empresário.
“As cestas foram uma maneira de sobreviver. Faz 22 anos que eu vivo de reunir pessoas e, hoje, a coisa mais perigosa possível é reunir pessoas. Tive que reinventar todo meu negócio para não fechar as portas.”
Na Votorantim Cimentos, os happy hours acontecem desde o mês de maio, com transmissões feitas por talentos da casa, como tributos aos Beatles e a sucessos sertanejos, e até um festival de música eletrônica a partir da varanda do apartamento de um diretor.
Em outra ação, um gerente transmitiu, a partir de sua cozinha, a receita de um pizza.
Segundo a Votorantim, o “sextou com vc”, como a ação foi batizada, garante descontração e confraternização entre os colegas.
As equipes internas também organizam as próprias ações, como um amigo secreto, no qual os colegas enviaram refeições uns ao outros. No Paraná, o happy hour caipira teve moda de viola e roda de chimarrão, tudo por videoconferência.
Na Catho, o encontro virtual é a cada 15 dias, com grupos de até 15 pessoas.
Antes da pandemia, happy hours eram realizados, mas sem uma frequência pré-estabelecida. Agora, eles vêm acontecendo semana sim, semana não, com duração limitada de uma hora.
A gerente sênior da Catho, Bianca Machado, diz que os encontros virtuais têm sido realizados dentro de um conjunto de ações de apoio às equipes em home office, para que elas não percam conexão e engajamento.
“Não necessariamente enviamos alguma coisa para os times. As pessoas ficam livres para pedir o que quiserem”, afirma Bianca.
Na mesa do bar ou no home office, é sempre bom lembrar que, em se tratando de encontro do trabalho, melhor não exagerar.
Fonte: Folha de São Paulo
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